O Festival de Cannes tem-nos surpreendido cada vez mais com a sua aposta na animação independente. Este ano, numa programação repleta de filmes que fazem furor, descobrimos algumas pérolas escondidas que merecem a nossa atenção. É particularmente interessante ver como o festival continua a desafiar o domínio dos grandes estúdios americanos, dando espaço a vozes únicas e diferentes no panorama da animação mundial.
A Nova Vaga da Animação Francesa
Um dos destaques mais interessantes deste ano foi a estreia do ilustrador francês na realização de longas-metragens. O seu filme apresenta um mundo futurista fascinante, onde um puto de 10 anos fica preso no passado devido a uma viagem no tempo que correu mal. A estética em 2D é absolutamente espetacular, com um traço que revela claramente as origens do realizador na banda desenhada.
O Regresso de um Mestre
Temos também o regresso do realizador de “Bienvenidos a Belleville” com uma homenagem animada que, embora não atinja as alturas das suas obras anteriores, continua a mostrar aquele traço inconfundível que conhecemos tão bem. É pena que o resultado final acabe por ser um bocado aquém das expectativas, especialmente tendo em conta o calibre do realizador.
Uma Surpresa Nipónica
A adaptação do livro autobiográfico de uma escritora belga sobre a sua infância no Japão traz-nos uma perspetiva refrescante. É um filme que, apesar de ser direcionado aos mais novos, aborda temas complexos com uma sensibilidade notável. A influência do anime é evidente, mas mantém uma identidade própria muito interessante.
Política e Animação
A cereja no topo do bolo vem do Canadá, com um filme que não tem medo de abordar questões políticas actuais. Com um estilo visual único e uma narrativa provocadora sobre activismo ambiental, levanta questões importantes sobre os fins e os meios na luta por causas sociais.
E vocês, o que acham desta nova vaga de animação independente? Já viram algum destes filmes? Deixem nos comentários a vossa opinião sobre esta tendência de festivais como Cannes apostarem cada vez mais em cinema de animação fora do circuito comercial.