Julia Ducournau está de volta a Cannes e, pá, isto é mesmo uma notícia de peso! A realizadora que nos deixou de queixo caído com “Titane” regressa ao festival francês com “Alpha”, um filme que promete agitar as águas do cinema europeu. Para quem não conhece o trabalho desta gaja incrível, ela é aquela que nos trouxe “Raw” em 2016 e desde então tem vindo a redefinir os limites do cinema de autor contemporâneo. Confesso que estava mesmo ansioso para ver o que ela ia fazer a seguir – e parece que valeu bem a pena a espera.
Uma História Que Mexe Connosco
O filme começa com uma cena brutal: uma miúda de 5 anos e o tio doente, interpretado por Vincent Lindon (completamente irreconhecível, depois de perder 20 quilos para o papel). É daquelas cenas que nos fica colada à memória. Mas é aos 13 anos que a história da protagonista Alpha dá uma volta do caraças, quando recebe uma tatuagem numa festa enquanto está inconsciente.
Entre o Real e o Fantástico
Ducournau volta a fazer aquilo que sabe melhor: misturar realidade com elementos fantásticos de uma forma que nos deixa completamente baralhados (no melhor sentido!). O filme passa-se entre os anos 80 e 90, mas tem um twist brutal: um vírus que transforma as pessoas em estátuas de mármore. É mesmo do género “não estava nada à espera disto!”
Body Horror à Francesa
Claro que há body horror – é marca registada da Ducournau – mas desta vez é mais subtil, mais psicológico. E funciona que é uma maravilha! O filme consegue pegar em temas pesados como doença e pandemia, mas fá-lo de uma forma única que nos deixa completamente absorvidos.
Ora bem, pessoal, este não é um filme fácil de digerir. Não é daqueles que vamos ver ao cinema só para passar o tempo. É intenso, é visceral, é mesmo para nos fazer pensar. Mas é precisamente por isso que vale tanto a pena.
E vocês, o que acham? Já viram outros filmes da Julia Ducournau? Deixem lá nos comentários a vossa opinião sobre esta nova volta ao body horror francês!