Cannes, Críticas

“Do Deserto Chileno para Cannes: A Estreia que Hipnotizou o Festival”

Malta, temos mesmo que falar sobre uma das maiores revelações de Cannes este ano. Com a participação da produtora basca Irusóin (já conhecida por pérolas como ‘Marco’ e ‘La trinchera infinita’), chegou-nos um filme que é, sem dúvida, do melhor que vi na competição. Uma estreia brilhante que mistura realismo com elementos fantásticos de uma forma que me deixou completamente rendido.

Uma História Única no Deserto Chileno

A narrativa centra-se em Lídia, a única miúda numa comunidade dominada por homens. Criada num ambiente peculiar – uma casa de espetáculos drag – a protagonista navega pela adolescência enquanto uma misteriosa doença afeta a sua comunidade. É brutal a forma como o filme aborda temas pesados com uma sensibilidade impressionante.

Entre o Realismo e o Fantástico

O que me fascinou foi a maneira como o realizador chileno mistura elementos fantásticos com uma realidade crua. Há uma lenda local que diz que os infetados matam com o olhar – uma metáfora poderosa que funciona lindamente com o ambiente isolado do deserto chileno. É cinema de autor no seu melhor, pá!

Uma Obra de Arte Visual

A fotografia é absolutamente deslumbrante. O realizador aproveitou ao máximo o cenário desértico para criar uma atmosfera sufocante que espelha perfeitamente o isolamento social vivido pelas personagens. Cada plano é meticulosamente composto para reforçar a sensação de confinamento.

Uma Estreia Que Promete

Para uma primeira longa-metragem, é um trabalho extraordinariamente maduro. O realizador já tinha dado cartas com as suas curtas anteriores, mas aqui eleva-se a outro nível. É daqueles filmes que nos fazem acreditar no futuro do cinema independente.

Que acharam desta abordagem única ao género? Conseguem pensar noutros filmes recentes que misturam realismo com elementos fantásticos de forma tão eficaz? Deixem nos comentários as vossas sugestões – adorava saber a vossa opinião sobre este tipo de cinema que desafia géneros!