O regresso de Lynne Ramsay ao cinema após oito anos de ausência era um dos momentos mais aguardados do Festival de Cannes. A realizadora escocesa, que nos tinha presenteado com a brutal “You Were Never Really Here”, volta agora com “Die, My Love”, uma adaptação literária que junta dois pesos-pesados de Hollywood: Jennifer Lawrence e Robert Pattinson. Mas será que esta combinação resulta num filme à altura das expectativas? Infelizmente, nem por isso.
Uma Premissa Promissora que Perde o Rumo
Lawrence interpreta Grace, uma escritora que se muda para uma zona rural isolada com o seu bebé e o companheiro (Pattinson). O filme mergulha nas águas turbulentas da depressão pós-parto e do isolamento, com uma narrativa que por vezes faz lembrar “O Resplandor” de Kubrick – mas sem fantasmas e com muito mais vazio existencial.
Talentos Desperdiçados
É frustrante ver como dois atores do calibre de Lawrence e Pattinson acabam subaproveitados num guião que parece mais um esboço do que uma história completa. As suas performances são sólidas, mas ficam à deriva num mar de cenas improvisadas que nunca chegam verdadeiramente a lado nenhum.
Quando Menos é Mais (ou Menos)
O maior problema de “Die, My Love” é a sua incapacidade de desenvolver as ideias interessantes que apresenta. É como se estivéssemos a ver um curta-metragem esticado até ao limite, perdendo força e impacto a cada minuto que passa. Há momentos brilhantes, sim, mas são ilhas num oceano de indefinição.
A questão que fica é: será que precisávamos mesmo de mais um filme sobre isolamento e degradação mental? E vocês, malta, o que acham da nova tendência de filmes “artsy” com grandes estrelas de Hollywood? Deixem nos comentários a vossa opinião!