O novo filme de Sebastián Lelio é uma verdadeira bomba-relógio no panorama cinematográfico atual. O realizador chileno, que já nos tinha presenteado com obras marcantes como ‘Gloria’ e ‘Uma Mulher Fantástica’, volta a surpreender-nos com um musical provocador que aborda um tema bem sensível: o assédio sexual nas universidades. E garanto-vos, malta: este não é mais um filme qualquer sobre activismo estudantil.
Um Musical de Protesto Que Bate Forte
Inspirado nas manifestações estudantis que abalaram o Chile, o filme acompanha Julia e as suas colegas numa revolução feminista dentro duma faculdade de artes dramáticas. Mas atenção: não estamos perante aqueles musicais açucarados à la Hollywood. Este é um grito de revolta bem puxado, com uma banda sonora que mais parece um murro no estômago – no melhor sentido possível!
A Questão da Perspectiva Masculina
É curioso ver um realizador homem a mergulhar de cabeça nesta temática tão delicada. Lelio não se esconde – até quebra a quarta parede para reconhecer o seu lugar nesta narrativa. É um exercício de humildade que funciona bem, embora por vezes se sinta aquele receio típico de quem sabe que está a pisar ovos.
Quando o Musical Encontra o Manifesto
A decisão de transformar esta história num musical podia ter corrido mal, mas olha que resultou mesmo bem! As músicas, produzidas pelo DJ chileno , servem como veículo perfeito para transmitir mensagens que doutra forma soariam forçadas ou demasiado didácticas. É uma escolha arriscada que compensa em cheio.
No final, temos um filme que não vai agradar a gregos e troianos – e se calhar ainda bem. É uma obra que provoca, que incomoda e que nos obriga a pensar. E não é isso que o bom cinema deve fazer?
E vocês, o que acham? Já viram algum filme que misture musical com activismo social? Deixem-me saber nos comentários – estou mesmo curioso para conhecer a vossa opinião sobre esta tendência!
Nota: Este filme ainda não tem data de estreia confirmada em Portugal, mas prometo manter-vos actualizados!