Cannes, Críticas

“Resurrection”: O Filme que Está a Revolucionar o Festival de Veneza

Finalmente chegou o momento que todos esperávamos no Festival de Veneza! Depois de uma semana morna na Seleção Oficial, com filmes que deixaram muito a desejar, eis que surge ‘Resurrection’, a nova obra do realizador chinês Bi Gan, para agitar as águas da Lagoa. E que filme, malta! Numa altura em que o cinema parece cada vez mais formatado e previsível, esta obra surge como um sopro de ar fresco, misturando elementos de ficção científica com uma narrativa onírica que nos faz lembrar os melhores momentos do cinema asiático contemporâneo.

Uma Viagem Pelos Sonhos do Cinema

O filme apresenta-nos um mundo onde a humanidade descobriu a imortalidade através da eliminação dos sonhos. Fixe, não é? Mas há uma catch: o nosso protagonista é um dos poucos “fantasmas” que ainda consegue sonhar, permitindo-lhe viajar entre diferentes épocas e realidades. É uma premissa brutal que Bi Gan desenvolve com uma mestria impressionante.

A Técnica ao Serviço da Arte

Visualmente, ‘Resurrection’ é um espetáculo. A realização combina efeitos práticos old school com VFX modernos de cortar a respiração. Bi Gan consegue criar momentos verdadeiramente mágicos, especialmente nas sequências oníricas que fazem lembrar o seu trabalho em ‘Long Day’s Journey Into Night’. Os planos-sequência são de deixar qualquer cinéfilo babado!

Uma Reflexão Sobre o Cinema Contemporâneo

O que torna este filme ainda mais especial é a forma como reflete sobre o próprio meio cinematográfico. Desde referências ao cinema clássico até momentos pop à la Wong Kar-wai, ‘Resurrection’ é uma carta de amor à sétima arte. E não se deixem enganar – apesar da complexidade narrativa, o filme mantém-se sempre envolvente e emocionalmente rico.

Na minha opinião, estamos perante uma das obras mais interessantes deste ano. É daqueles filmes que precisamos de ver mais que uma vez para apanhar todos os pormenores e referências. E vocês, o que acham desta mistura de ficção científica com cinema de autor? Já viram outros filmes do Bi Gan? Deixem nos comentários as vossas impressões!

Digam-me lá: acham que o cinema contemporâneo precisa de mais filmes que arrisquem desta forma, ou preferem narrativas mais convencionais? Estou mesmo curioso para saber a vossa opinião!