Quando pensamos em linguagem cinematográfica, tendemos a assumir que é algo universal. Mas a verdade é que cada cultura tem a sua própria forma de contar histórias no grande ecrã. E quando estas diferentes abordagens se cruzam, nem sempre o resultado é… digamos… lá muito feliz. É neste território complexo que encontramos ‘Mickey 17’, a mais recente obra do realizador coreano Bong Joon-ho, que decide vestir o fato de realizador de blockbusters americanos – mas com um twist bem peculiar que vale a pena analisar.
Uma Premissa Maluca (Mas Genial)
O filme segue Mickey Barnes, um gajo cheio de dívidas que decide que o melhor é mesmo dar à sola… para outro planeta! Para tal, aceita juntar-se a uma expedição de colonização como “prescindível” – basicamente, um clone descartável que faz todo o trabalho perigoso. E quando morre? Fazem outro, pá! É uma premissa que mistura ficção científica com humor negro de uma forma absolutamente brilhante.
Capitalismo no Espaço
Bong Joon-ho, que já nos deu obras como ‘Parasitas’, usa esta história para dar uma bela chapada no capitalismo tardio. O filme mostra-nos como todos nós nos sentimos descartáveis neste sistema marado, através das várias versões do Mickey (interpretado por um Robert Pattinson em grande forma). Cada clone representa uma forma diferente de lidar com a opressão – seja ela política ou económica.
Um Choque Cultural Interessante
É curioso ver como o realizador mistura o seu estilo oriental com os códigos do cinema americano. Por vezes, é um bocado estranho – tipo azeite com água – mas acaba por resultar numa experiência única. Não é o filme mais redondo de Bong, mas tem momentos de puro génio que mostram porque é que este gajo é um dos realizadores mais interessantes da atualidade.
E vocês, malta? O que acham desta mistura de estilos? Já viram outros filmes onde este choque cultural acabou por resultar em algo espetacular? Deixem lá nos comentários as vossas sugestões – estou mesmo curioso para saber o que pensam!
