A televisão pública portuguesa tem passado por várias mudanças ao longo dos anos, mas poucas histórias são tão interessantes como as saídas polémicas de alguns dos seus rostos mais conhecidos. Hoje, quero partilhar convosco um caso que me fez refletir sobre como tratamos os nossos veteranos do jornalismo televisivo e que paralelos podemos traçar com a nossa própria RTP.
Uma Reforma Controversa
Em Espanha, o caso do jornalista Jesús Álvarez Cervantes chamou a atenção quando a TVE decidiu reformá-lo compulsivamente em 2015. “A Televisão Espanhola reforma-me, não me reformo eu”, desabafou na altura o apresentador, que tinha partilhado o ecrã com figuras como a atual rainha Letizia. Uma decisão que gerou burburinho nos bastidores da televisão espanhola e levantou questões importantes sobre a gestão dos profissionais mais experientes.
O Debate Sobre a Renovação Geracional
O mais curioso é que esta decisão foi tomada sob o pretexto de “dar lugar aos jovens”. Mas, como o próprio Álvarez apontou, não havia concursos públicos há anos. Uma situação que, sejamos sinceros, não nos é assim tão estranha por cá, pois? As televisões públicas parecem por vezes criar estas narrativas de renovação sem propriamente abrirem portas aos novos talentos.
Uma Segunda Vida Profissional
O que é fascinante é ver como Álvarez se reinventou após a reforma forçada. Entre apresentações, palestras universitárias e viagens constantes, provou que há vida para além do telejornal. Inclusive, manteve-se como comentador ativo sobre o panorama televisivo, não hesitando em criticar decisões questionáveis da TVE.
E vocês, o que acham desta tendência de “reformas forçadas” nas televisões públicas? Será que estamos a perder conhecimento valioso ao afastar prematuramente os profissionais mais experientes? Deixem nos comentários a vossa opinião sobre este tema que, mais tarde ou mais cedo, acabará por bater à porta da nossa RTP.